Cavaleiro

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Os créditos da ilustração são de André Marques - www.andre.art.br

LHC descobre fenômeno inédito em prótons

Paula Rothman, de INFO Online Quinta-feira, 23 de setembro de 2010 - 14h59

SÃO PAULO -  O LHC, o Grande Colisor de Hádrons do CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear) anunciou a detecção de um fenômeno inédito, nunca antes visto em uma interação de prótons.

O estudo de colisões de grande multiplicidade (onde 100 ou mais partículas são produzidas), revelou que algumas partículas estão, de certa forma, correlacionadas: elas se associam umas às outras no momento em que são criadas, no ponto de colisão.

A descoberta foi submetida à análise de cientistas fora da entidade, mas os sucessivos testes e repetições feitos indicam a autenticidade dos achados.
No túnel circular de 27 km enterrado na fronteira franco-suíça, pesquisadores aceleram e colidem partículas em velocidades medidas em trilhões de elétron volts (TeV). Um elétron volt (eV), é a energia adquirida por um elétron quando acelerado através de uma diferença de potencial de 1 volt.

Essas poderosas colisões, que utilizam feixes de partículas (como prótons), buscam imitar as condições existentes próximas ao Big Bang e que possibilitaram a criação do universo. Seis experimentos são realizados na estrutura do LHC - e um deles é o chamado CMS (Compact Muon Solenoid). Ele foi projetado para buscar pelos Bósons de Higgs,ou Partícula de Deus, um conceito proposto por Peter Higgs, Robert Brout e François Englert há mais de 40 anos para explicar a origem das massas das partículas.
O CSM também visa encontrar pistas sobre a matéria escura, um elemento misterioso que representaria mais de 25% do Universo mas jamais teve sua existência provada.

Foram justamente dados recolhidos pelo CSM que mostraram esse novo fenômeno nos prótons. As correlações foram vistas entre partículas em colisões a 7 TeV.

Na análise, todos os pares de partículas carregadas produzidos em uma colisão foram selecionados e as diferenças entre as direções das partículas medidas – as chamadas correlações angulares que se formam conforme elas voam longe do ponto de impacto dos feixes.

Os dados revelaram que algumas delas estão intimamente ligadas de maneira nunca antes vista na em colisões de prótons. Esses resultados são semelhantes aos vistos em colisões de outras partículas feitas por outro equipamento, o RHI, do Laboratório Nacional Brookhaven, Estados Unidos, que haviam sido interpretados como a possível criação de matéria nas colisões.

O CERN ressalta, no entanto, que existem muitas possíveis explicações para o fenômeno nos prótons, e que outros dados ainda são necessários para entender por que isso está acontecendo.  


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