Questões contemporâneas: a consciência mestiça e o pensamento de fronteira
Apresentação
Glória Anzaldúa foi uma escritora e crítica da cultura nascida nos Estados Unidos. Sua origem mexicana marcou seu pensamento e sua forma de entender a produção de conhecimento. Defensora de um movimento feminista que incluísse as mulheres chicanas, a autora propõe a construção de um pensamento de fronteira.A fronteira aparece no pensamento de Anzaldúa não apenas como um lugar de aproximação/distanciamento entre Estados Unidos e México, mas como uma imagem que possibilita transgressões teóricas, porque a fronteira para a pensadora é o lugar poroso da troca, do entrelugar, da coexistência (mesmo que caótica) de dois mundos. A consciência da mestiça seria exatamente esse pensamento fronteiriço, mais interessado em juntar do que em distinguir as diferenças. É na tolerância à ambiguidade que a mestiça se torna a sacerdotisa mor das encruzilhadas, como nos diz Anzaldúa.
Vejamos como essa filosofia que propõe um pensamento de fronteira pode contribuir para pensarmos nossa condição histórica, nesse cruzamento de nossas histórias com o passado indígena, africano e europeu.
Objetivos da aula
1- Entender o que a autora propõe como pensamento de fronteira.
2- Caracterizar o que seria a "consciência mestiça".
3- Elencar as potencialidades de um pensamento que é "tolerante às ambiguidades".
4- Identificar o posicionamento ético-político da autora em relação ao passado indígena da América Latina.
LEITURA COMPLEMENTAR PARA A AULA
ANZALDÚA, Gloria. La consciencia mestiza/Rumo a uma nova consciência. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.