Cavaleiro

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Os créditos da ilustração são de André Marques - www.andre.art.br

Enigma da energia escura rende Prêmio Nobel de Física



Descoberta de que o Universo está se expandindo em ritmo acelerado,graças a uma força contrária à gravidade, foi feita em 1998 por dois grupos independentes.
O Prêmio Nobel em Física de 2011 acaba de ser anunciado pela Academia Real de Ciências da Suécia e vai para um trio de cientistas que abalou as fundações da cosmologia ao constatar que a expansão do Universo está se acelerando.
Metade do prêmio, no valor de 10 milhões de coroas suecas, ficou com Saul Perlmutter, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, enquanto a outra metade foi dividida entre Brian Schmidt, da Universidade Nacional Australiana, e Adam Riess, da Universidade Johns Hopkins e do STScI (Instituto de Ciência do Telescópio Espacial), nos Estados Unidos.
A chave da descoberta foi o estudo de um tipo particular de supernova. Em tese, essas estrelas, denominadas Ia ("um-a"), explodem sempre com a mesma intensidade, o que faz com que seu brilho possa ser usado como uma referência relativamente segura para medir a distância e a velocidade de afastamento (baseada na distorção que a luz sofre ao partir de objetos em movimento na nossa direção, o chamado efeito Doppler).

O grupo de Perlmutter foi o primeiro dos dois a trabalhar com isso, em 1988. Em 1994, Schmidt e Riess se juntaram ao esforço. As equipes queriam usar as supernovas distantes como "faróis" no espaço, de forma a mapear o Universo. Mas o que eles descobriram, ao mesmo tempo, em 1998, foi muito mais assustador.
Os grupos encontraram cerca de 50 supernovas cuja luz era mais fraca do que deveria ser. Ao comparar a velocidade de afastamento delas com a de outras mais próximas, eles descobriram que a expansão do cosmos, iniciada com o Big Bang, está se acelerando.
Por tudo que se sabia até então, a expectativa era de que o ritmo de expansão estivesse sendo paulatinamente contido pela gravidade de todos os objetos do cosmos, atraindo-se uns aos outros e combatendo os efeitos do Big Bang. Contudo, ao que parece, há uma força desconhecida agindo contra a gravidade -- e vencendo.
Nasceu assim o misterioso conceito da energia escura. Sua natureza exata continua um enigma. Há quem defenda que se trata da própria energia contida no vácuo, potencializada pelo aumento de "vazio" entre as galáxias conforme a expansão cósmica foi avançando, mas a palavra final está longe de ser dada. E, como ela parece corresponder a cerca de três quartos de tudo que existe no Universo, fica a sensação de que ainda há muito trabalho a ser feito pelos físicos até que todos os mecanismos do cosmos estejam devidamente esclarecidos.

Fonte:
Assessoria de comunicação da SBF -
Salvador Nogueira
E-mail:
comunicacao@sbfisica.org.br

Pitágoras e as ciências

Por: Adílio Jorge Marques.


Ao adentrar em sua escola, os discípulos ficavam cinco anos em total silêncio, exercitando a profunda humildade e o saber ouvir e calar.  Não se admitiam questionamentos de nenhuma espécie, e qualquer violação às regras era severamente punida.  Nada do que se aprendia era passível de ser comentado fora dos limites da escola.  O silêncio era realmente de ouro, pois sem ele nada se conseguia.  A vida sexual era proibida.

O vegetarianismo era também regra rígida entre os membros da Escola pitagórica.  Um dos ensinamentos consistia na crença da reencarnação, mais particularmente na metempsicose.  Esta diz que um ser humano pode vir a reencarnar como um animal, não necessariamente em outro corpo humano.  Logo, se um animal for sacrificado aos deuses (prática comum na época) ou abatido para ser ingerido, corria-se o risco de estar matando algum parente, amigo ou antigo membro da Fraternidade.  Os sacrifícios de animais foram substituídos por bolos de farinha e mel em forma de bois, ou outros animais,  e que eram oferecidos de forma ritualística nos rituais pitagóricos.  Empédocles de Agrigento (Agrigento = região da Sicília, Itália), discípulo de Pitágoras, eminente orador, médico e poeta, seguiu posteriormente tal prática.  Interessante salientar que dentro da perspectiva da morte dos animais poderia também haver a idéia de não macular o organismo com alimentos considerados ruins.  Além das carnes, também os feijões, de maneira geral, não eram aceitos, pois trariam prejuízos ao organismo, despreparando-o para os trabalhos internos da Escola.  Qualquer semelhança com algumas dietas modernas não terá sido mera coincidência ...

Fica clara a importância dada por Pitágoras à saúde, o que era constantemente enfatizado em seus ensinamentos.  Era compreendido por eles que determinados alimentos ou líquidos traziam tipos diferentes de reações ao psiquismo, como hoje o entendemos, interferindo de forma benéfica ou não na saúde e na mente.  A harmonia celestial, sempre buscada pelo Mestre, tinha que se refletir no corpo e no espírito.  O ideal grego da beleza física, expresso na arte grega de forma magistral, estava aqui representado de outra maneira, mais evoluída em ideais, podemos dizer.  Os esportes e as Olimpíadas gregas da Antigüidade tinham como objetivo o culto à beleza externa.  Grandes pensadores gregos surgiram mostrando em suas doutrinas que também a moral, a ética, a mente e o espírito tinham que ser belos e trabalhados tanto quanto o corpo.  Esta é outra "coincidência" com os tempos modernos. A história realmente é sábia.  Ela se repete, mostrando aos homens que sabem ler os Livros Sagrados da Natureza e do Homem que, enquanto não se sobrepõem determinado degrau de aprendizado, teremos que repeti-lo até que os clichês astrais sejam vencidos.

Outro aspecto marcante em seus ensinamentos era a crença na existência do éter,  pois acreditava que tudo era animado por ele.  O éter, energia que a tudo permearia, estaria acima dos quatro princípios (fogo, água, terra e ar) constituintes do mundo fenomênico.  Isto nos lembra a moderna teoria quântica que nos diz que tudo é energia e que estamos constantemente mergulhados num "mar de partículas e energia de diferentes níveis e freqüências".  Importante citar aqui o fato de que Pitágoras procurou fechar toda uma doutrina científica, usando aqui um outro termo moderno, através de uma doutrina mística.  Um dos aspectos que mostra sua idéia agregadora do saber é o fato dele não descartar nenhum dos quatro elementos ou princípios citados.  Ele não procurou eleger apenas um como o "criador" do mundo e dos demais, o que era senso comum entre seus antecessores.   Antes dele, Heráclito achava que a matéria vinha primeiro do princípio fogo, a partir do qual os outros surgiam a partir de sucessivas condensações.  Tales de Mileto achava que a água era o primeiro princípio de tudo, apesar de também advir do éter.

Um aspecto importante é a concepção de música das esferas, conhecida até hoje e que influenciou pensadores importantes até o limiar de nossa era moderna. Diz-se que Pitágoras ouvia permanentemente o som das esferas.  Talvez este seja um indício de um estado de êxtase místico constante alcançado pelo pensador grego após determinada etapa de sua vida. Tal fato é verificado de forma análoga na vida de muitos outros místicos. Por exemplo, São Francisco de Assis conversava com os animais, as pedras e o vento, assim como São João Evangelista.  Joana D'Arc conversava com o Ser Divino que a guiou em suas batalhas contra os ingleses. 

Mas a principal questão histórica aqui reside no fato de que Pitágoras matematizou a música no nível humano, o que levou a ser um passo gigantesco no contexto da época.  Pois com isso ele deu impulso a uma metodologia que é a base da ciência oficial até nossos dias: ou seja, o entendimento da Natureza pela matemática, sendo esta reconhecidamente uma linguagem universal.  A aritmética deixou de ser apenas uma técnica e passou a ser uma disciplina intelectual, filosófica.  Pitágoras reuniu as várias concepções dos números de algumas das civilizações do passado, dando mais importância à matemática do que jamais havia sido feito.  Na Mesopotâmia a geometria era conhecida apenas como uma aplicação de números.  Seu entendimento dentro de um contexto geral ficou a cargo dos pitagóricos.  Em outras culturas os números tinham concepções restritas.  No Egito os números eram apenas os naturais (do um em diante) e as frações unitárias.  Na Grécia os números eram apenas os inteiros.  Uma fração era considerada como uma relação entre inteiros, e não como uma entidade matemática própria. 

Com esse entendimento dos números a sua participação na música foi determinante.  Pitágoras descobriu que a altura de uma nota musical depende do comprimento da corda que a produz.  Isto lhe permitiu relacionar os intervalos da escala musical com relações numéricas simples.  Ou seja, quando uma pessoa aperta uma corda de um instrumento exatamente a meia distância de seu comprimento, uma oitava é produzida.  A oitava tem a mesma qualidade de som da nota produzida pela corda solta, mas como vibra a duas vezes a freqüência, é ouvida a uma altura mais alta.  Com isso ele definiu uma relação matemática de 1:2 entre a nota principal e sua oitava, em termos de freqüência do som.  E percebeu que eram razões entre números inteiros.  Por exemplo, se uma corda produz a nota ré, então outra corda semelhante, mas com o dobro do comprimento, irá produzir a mesma nota - no caso aqui o ré - numa oitava mais baixa.  As leis da acústica (que é um ramo da Física) estavam assim lançadas de forma matemática. O conceito de vibração era finalmente compreendido. Talvez seja possível afirmar que a Física como a vemos hoje tenha sido inaugurada neste ponto da história através de Pitágoras, antes mesmo de Aristóteles e suas observações da natureza. 

Assim a escala musical pôde ser estudada em variados níveis e a compreensão da composição entre matéria e energia (ou espírito) se fazia visível aos olhos de qualquer um. A pretensão pitagórica de um conhecimento universal, que relacionaria a tudo e a todos, começava a se fazer presente mais uma vez:  "Assim como é em cima o é embaixo", a velha máxima de Hermes Trismegisto. Era a harmonia celeste.  Os chineses falavam dela a milênios de forma teórica ou através do I Ching.  Porém, Pitágoras teve o mérito de tornar matematizado, exato, o que antes era apenas intuitivo, o que permitia que mesmo leigos pudessem achar um determinado resultado a partir do momento que soubessem utilizar a fórmula correta.   

Sua contribuição foi além do seu tempo. Johannes Kepler, o grande astrônomo, matemático e físico nascido na província alemã da Swabia, idealizador das três leis que levam o seu nome e que ajudaram a desvendar os movimentos planetários, sofreu influência do pensador grego, pois também para Kepler o universo e seus astros moviam-se de acordo com uma sinfonia divina, um mistério cósmico onde o Sol tinha que ser o centro desse sistema para que ele fosse realmente harmônico. Os pitagóricos, através de Filolaus (discípulo pitagórico que morreu por volta de 390 a. C. e que coincidentemente morou em Tebas, no Egito), haviam afirmado que o número sagrado - a década - era o centro do universo, como um Sol central gerador de tudo o que existia e ao redor do qual todos os corpos celestes giravam.   Isso era um sistema heliocêntrico (ou seja, centrado num Sol).  Se o Sol era a fonte e o representante do Senhor no plano astronômico, e a harmonia celeste existia, então deveria haver uma relação entre este Sol central e os demais corpos, e entre o nosso Sol e a própria Terra.  Esta relação mística fez de Kepler um defensor das idéias heliocêntricas de Copérnico, que era também fundamentada na idéia pitagórica da harmonia universal.  Quase 2.000 anos depois Copérnico admitia que sua idéia do movimento da Terra, e não do Sol, era derivada da teoria pitagórica do movimento circular uniforme dos planetas ao redor do fogo místico central que existiria no universo.  Tais fatos foram decisivos na mudança da mentalidade científica e a conseqüente adoção do sistema heliocêntrico.  E, por conseqüência, ao libertar-se do sistema geocêntrico a sociedade também começou a libertar-se da influência dominadora da Igreja sobre as questões do pensamento humano e científico em geral.  Todos estes fatos tem que ser encarados como unidos, mutuamente interferentes, para que se consiga alcançar uma idéia mais real do momento histórico considerado. 

Para chegar em sua importante descoberta Kepler meditou sobre a relação que poderia existir entre os sólidos geométricos e a distribuição dos planetas ao redor do Sol.   Teve a intuição de que a relação entre as órbitas dos planetas e o Sol poderia ser descrita por figuras geométricas regulares bidimensionais (ou seja, num plano). O teste com triângulos, quadrados, etc., não funcionou e ele resolveu testar com figuras tridimensionais, o que é mais próximo do real.  Os sólidos de Platão ou "pitagóricos" são limitados a cinco quando construídos a partir de figuras geométricas regulares.  Para Kepler, isto explicava o fato de existirem seis planetas conhecidos com cinco intervalos que os separavam, como numa escala musical, apesar dos intervalos serem bem irregulares entre si.  Ele convenceu-se de que havia descoberto uma relação geométrica entre os diâmetros das órbitas e as distancias ao sol de cada corpo.  A partir deste estudo Kepler concluiu sua primeira lei, de que as órbitas dos planetas é elíptica e não circular em torno do sol.  E que, para isso, a velocidade do planeta teria que ser variável, e não fixa, o que tornou-se a sua segunda lei. Finalmente, estabeleceu uma relação entre a distância de um planeta ao sol e o tempo que ele leva para completar a sua órbita.  Esta é a terceira lei.  Todas elas são mais do que uma descrição mecânica do sistema solar, mas a demonstração de uma realidade harmônica, reflexo do pensamento pitagórico. 

Muitas escolas modernas de esoterismo mantém em suas doutrinas a concepção pitagórica do fogo central existente no universo.  E, mais uma vez, vemos a abrangência do conhecimento da Escola de Crotona nos mais variados campos do saber humano, como dissemos antes.  Para a maioria das antigas civilizações o sol também era a presença divina que mantinha a vida na Terra.  O astro-rei era a representação de um Logos, de um Ser Maior responsável pela ligação entre o nosso universo e o Criador. 

Se para os pitagóricos "tudo era número", torna-se fácil compreender que eles procuravam dar vida ou um sentido espiritual a cada número. As relações matemáticas desenvolvidas por Pitágoras eram a expressão da divindade descrita com um simbolismo particular:  a Matemática, cuja essência espiritual eram os números.  Podemos citar alguns para maior compreensão.  O número um era o da razão e o gerador dos demais.  O dois o número da opinião, o primeiro par, o feminino.  O três é o primeiro com propriedades masculinas verdadeiras, o da harmonia.  O quatro o da justiça ou do ajuste de contas.  O cinco é o do casamento, a união entre os primeiros feminino e masculino.  Seis é o número da criação (coincidentemente igual ao número de dias da criação segundo a Gêneses de Moisés).  Os números ímpares eram masculinos em suas qualidades e o números pares femininos (conceito existente até na Idade Média). 

O mais sagrado era o dez, o número do universo, de Deus, e que descreveria a perfeição da Criação.  Era a Tetraktys sagrada. Uma forma em especial foi desenvolvida para se chegar à compreensão maior dos números:  a da adição de vários deles, seqüenciais ou não, dando como resultado outros que demonstravam o significado mais profundo da identidade daquilo que se queria estudar.  Muito parecido com a redução matemática dos valores numéricos das letras hebraicas.  Por exemplo, com a adição dos quatro primeiros números temos como resultado a Tetraktys, ou o dez Divino: 


1 + 2 + 3 + 4 = 10 , onde:  1 + 0 = 1  , o retorno à Unidade.


A Divindade também era demonstrada ou representada na forma de uma triângulo ou pirâmide pontual, demonstrando que tudo advém do Um primordial:


  *                        1
               *          *                  2
           *                  *              3
                   *                        *         4


A crença na mônada ou no princípio único de cada um de nós e da Natureza estava representado pela década: 10 = 1 + 0 = 1 , sendo este o número da mônada, o um gerador dos demais.

Dez era considerado também, entre os pitagóricos, o número possível de dimensões geométricas que se poderia obter.  Este número conteria a essência e a virtude de todos os números que o precedem. Todos os números depois do dez são compostos pelos nove primeiros. Também evidenciavam isso com a seguinte relação:  a soma dos dez primeiros números mostrava o retorno à Divindade.  Vejamos:


1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 = 55 = 5 + 5 = 10 = 1 + 0 = 1


Proclus, filósofo neoplatônico do século V da nossa era, atribui a Pitágoras outras duas importantes contribuições na matemática:  a teoria das proporções e a construção dos sólidos regulares.  Supõe-se que Pitágoras tenha trazido da Mesopotâmia a primeira teoria acima citada, pois lá esteve em contato com o conhecimento de três médias matemáticas:  aritmética, a geométrica e a harmônica.

O chamado Teorema de Pitágoras ou Pitagórico talvez seja o mais famoso de seus trabalhos numéricos.  Qualquer estudante irá reconhecer a relação:


a2 = b2 + c2


Estes são também chamados de "ternos numéricos pitagóricos", onde mostra-se a relação entre o quadrado de um número e a soma de outros dois, ambos também ao quadrado, afim de que se satisfaça a igualdade. Esta é a questão principal.  Tem que haver uma espécie de "ressonância" entre os dois lados da equação para que ela seja real.  A união deste conceito com o do triângulo da Tetraktys levou à formulação do número triangular:


                                   1                                             =  12
                             1 + 2 + 1                                       =  22
                        1 + 2 + 3 + 2 + 1                                =  32
                  1 + 2 + 3 + 4 + 3 + 2 + 1                         =  42            , etc..


Com isso a geometria desenvolveu-se ainda mais a partir desta proposta pitagórica.  O triângulo retângulo é, ainda hoje, considerado uma de suas mais importantes contribuições ao conhecimento humano e surgiu dos pensamentos e proposições acima ligados ao plano da harmonia e do espiritual.  Define-se como:  "O quadrado da diagonal é proporcional à soma dos lados ao quadrado". A sua utilização até hoje nas mais variadas áreas do saber (Física, Engenharia, Matemática, Astronomia, etc.) nos fornece uma pequena amostra de sua importância.  Euclides deu uma das muitas demonstrações de sua veracidade no seu Livro VI, proposição 31, o que contribuiu ainda mais para a sua popularização.  

Talvez tão importante quanto propor seu Teorema foi o fato de que Pitágoras foi capaz de prova-lo.  Mais uma vez isto tem que ser ressaltado, pois todo este processo pitagórico deu início a um método científico e matemático cuja importância era desprezada em sua época, e que depois voltou a cair em desuso com a ascensão da Igreja ocidental e das idéias aristotélicas no domínio estatal.  Atualmente existem centenas de demonstrações de seu teorema. Os chineses chegaram a provar a relação entre os lados do triângulo retângulo e sua hipotenusa por volta do ano 500 a. C., porém de forma independente e diversa da de Pitágoras. O conhecimento é universal e está muitas vezes disponível nos planos sutis pronto a ser demonstrado. Muitas descobertas idênticas acontecem simultaneamente em lugares totalmente diferentes.

Muito mais há a ser dito do Mestre de Samos. Sua importância não pode ser compreendida pelo senso comum, e a profundidade de seu espírito atravessou várias geraçõeschegando até nós como que num aviso.



*Apoio e Referências Bibliográficas aos que se sentirem motivados a uma busca mais profunda do universo pitagórico, dentro de um contexto filosófico, científico e matemático: 



1.      Boyer, Carl B.;  História da Matemática; 2ª edição revista por Uta C. Merzbach, com prefácio de Isaac Asimov;  Editora Edgard Blucher ltda.; 1996;

2.      Marcondes, Danilo;  Introdução à História da Filosofia - dos Pré-Socráticos a Wittgenstein;  Jorge Zahar Editor;  1997;

3.      Strathern, Paul;  Pitágoras e seu Teorema em 90 Minutos;  Jorge Zahar Editor;  1998;

4.      Henry, John;  A Revolução Científica e as Origens da Ciência Moderna;  Jorge Zahar Editor;  1998.

LANÇAMENTO DO LIVRO "FÍSICA. Questões de vestibulares da PUC-RJ"



Caros amigos(as).
        
Estamos lançando uma nova obra para o auxílio dos estudantes e admiradores da Física!
Os livros didáticos existentes no mercado não têm como foco questões de vestibulares de uma única universidade, o que dificulta a boa preparação do aluno que foca em uma única instituição. A PUC-RJ está entre as Universidades mais conceituadas do Rio de Janeiro, sendo instituição recebe um número crescente de candidatos todos os anos em seus concursos discentes.
Pensando nisso, durante nossas aulas preparatórias para a PUC-RJ, organizamos as questões trabalhadas no vestibular a partir de 1998 até hoje. O livro está divido por tópicos e com o gabarito das questões. Certamente será de grande ajuda para todos aqueles que se preparam para o Enem e os concursos em geral.
Desejamos um bom estudo!

Adílio Jorge & Fábio Barroso.


Livro:
Física - Questões de vestibulares da PUC-RJ


Autores:
Adílio Jorge Marques e Fábio Ferreira Barroso


Ano: 2011
Gênero: Acadêmico
Páginas: 92
ISBN: 978-85-7961-593-1
Coleção Mil Palavras
Editora Multifoco


Vendas e contato com os organizadores:
Fábio Barroso – email: fabiobarroso@hotmail.com
Adílio Jorge Marques – email: adiliojm@yahoo.com.br ou blog “Textos & Contextos” http://adiliojorge.blogspot.com

NEUTRINOS APANHADOS EM EXCESSO DE VELOCIDADE?




Na noite antes da Noite dos Investigadores, chega do CERN (onde ainda não há partícula de Higgs) uma notícia para fazer manchetes: os neutrinos poderiam ser mais rápidos do que a luz.

O Sol está constantemente a emitir neutrinos, muitos neutrinos, que chegam à Terra e conseguem atravessá-la, excepto nalguns casos raros, pois essas partículas, sem carga e quase sem massa, dificilmente interagem com a matéria. Os neutrinos são partículas elementares: viajam a uma velocidade que é inferior mas bastante próxima da luz e são quase imparáveis. Todos nós estamos sujeitos a um chuveiro de neutrinos, que não nos faz mal nenhum.

Na experiência noticiada em baixo em telex da Lusa, há emissão de neutrinos no CERN, na Suíça, e a sua detecção no laboratório instalado no túnel de Gran Sasso (na figura), em Itália, a mais de 700 km de distância. E esses neutrinos, viajando debaixo da Terra, estariam a ir mais rápido do que é permitido pelas leis da física tal como as conhecemos hoje. Seria só um bocadinho, mas daria para o excesso ser reconhecível. Contudo, a generalidade dos físicos da área duvida da exactidão dos resultados. É preciso medir muito bem os tempos e as posições para saber bem a velocidade. Tem de se verificar se há algum erro. Na minha opinião deve haver. É muito provável que haja. Se fosse verdade, haveria uma partícula com massa, embora pequena, que andaria mais depressa do que os fotões, que não têm massa. A teoria da relatividade de Einstein, um dos pilares da física moderna, estaria em causa. Essa teoria não tem de ser eterna, mas tem resistido desde há mais de cem anos, e factos extraordinários exigem provas extraordinárias.

A equipa da experiência OPERA - uma colaboração internacional que tem feito boa física, designadamente sobre a transformação de um tipo de neutrinos noutros - tem de repetir a experiência ou apenas a análise de dados, em busca de erros sistemáticos. E mesmo que confirmem os resultados anómalos, estes terão de ser também confirmados por uma outra experiência independente, que pode por exemplo ser feita no Japão.

Carlos Fiolhais



NOTÍCIA
"Os neutrinos, partículas elementares da matéria, foram medidos a uma velocidade que ultrapassa ligeiramente a velocidade da luz, considerada até agora como um "limite intransponível", anunciaram hoje físicos de um centro de investigação francês.

Caso seja confirmado por outras experiências, este "resultado surpreendente" e "totalmente inesperado" face às teorias formuladas por Albert Einstein poderá abrir "perspetivas teóricas completamente novas", sublinha o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS, na sigla em francês), em França.

As medições efetuadas pelos especialistas com experiência internacional desta investigação, a que se chamou Opera, concluíram que um feixe de neutrinos percorreu os 730 quilómetros que separam as instalações do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN), em Genebra, do laboratório subterrâneo de Gran Sasso, no centro de Itália, a 300,006 quilómetros por segundo, ou seja, uma velocidade superior em seis quilómetros por segundo à velocidade da luz.

"Por outras palavras, para uma corrida de 730 quilómetros, os neutrinos cruzaram a linha de chegada com 20 metros de avanço" sobre a luz, caso esta tivesse percorrido a mesma distância terrestre, exemplifica o CNRS.

"Longos meses de investigação e de verificações não nos permitiram identificar um efeito instrumental que explique o resultados das nossas medições", reconheceu o porta-voz da investigação Opera, Antonio Freditato, que se mostrou "ansioso" por comparar estes resultados com outras experiências.

"Tendo em conta o enorme impacto que tal resultado poderá ter na Física, são necessárias medições independentes para que o efeito observado possa ser refutado ou então formalmente estabelecido", sublinha o CNRS.

"É por isso que os investigadores do projeto Opera desejam abrir este resultado a um exame mais amplo por parte da comunidade de físicos", acrescenta."